sábado, 21 de dezembro de 2013

Perdida

Me olhe,
Mas não me veja
Goste de mim,
Mas não pene.

Me toque,
Mas não me sinta
Me esconde,
Mas não me procure.

Me encontre
Que te conto
Se me encontro.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Inutilizar-te

Por toda parte
Arte.
O traço
Parte.

A inútil arte.
Como o artista
Inutilizar-te.
Por tudo arde.

O poeta cria
Inutilidades.
E usa
Criatividade.

Fala.
Letra.
Palavra.
Som.

Sou engenheiro
De pensamentos.
Sou inutilidade
Da arte.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Um sorriso

Me deu vontade de escrever um texto que deixasse as pessoas felizes. De sorrir para todos que passarem na rua e sempre transmitir uma energia positiva. De colocar flores das casas das pessoas, de entrar em ônibus, recitar uma poesia e descer. De puxar papo com estranho. De ver as pessoas sorrindo. De fazer o que me pedirem.
De alegrar sem ter nenhum compromisso ou algo em recompensa além do meu próprio sorriso. De ver criança correr atrás do moço do algodão doce, o cachorro abanando seu rabo na grama, de ser igual palhaço que mostra a sua desgraça para que os outros sejam felizes enquanto o circo dure.
Sem vender nada, apenas doar, doar alegria.
E assim termino esse texto sem nenhum propósito além de compartilhar a minha vontade de ver pessoas felizes.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Parar de correr e aprender a andar

Corria, corria. Quando criança corria para se divertir, mas agora estava fugindo. Estava com tanto medo que  sentia medo de sentir medo. Mas do que sentia medo?
Desde que perdera sua mãe sentia medo de não lidar com suas dificuldades e como de tudo tinha medo, tudo era uma dificuldade.
Não era ambiciosa, pois tinha medo de ser invejada, não amava, pois tinha medo de brigas, vivia sozinha e acuada.
E ali correndo naquela rua, fugindo de suas responsabilidades passou por um cruzamento. O mesmo cruzamento que dava no hospital onde sua mãe morrera, bem ali, há dois anos atrás, ela, o medo e a dificuldade se encontraram.
Agora com seus pensamentos embaralhados, correndo, parou, deu a volta e retornou para casa. Voltou a pintar um quadro que parar há exatos dois anos e aceitou a dificuldade se der artista. Em todos os quadros desenhava de alguma forma a sua mãe que como uma musa, está zelando por sua amada filha.

*O título faz menção á uma música de Teco Martins.