segunda-feira, 27 de abril de 2015

Pausa, o segredo do tempo.

Quero me perder no azul
Ignorar todo seu significado
Esquecer seu nome
Fugir da razão.

Tentei te analisar
mas apenas te sinto
como se fosse possível
tocar
os poros
a epiderme que cobre e cerca.

Poderia me aprisionar no breu
mas isso por uns minutos
apenas me faria ver
cores
sem sentir o mundo rodar
Me acostumaria
com suas notas musicais
com seu silêncio
e sua pausa.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Fritação

Dois corpos perdidos
em uma dança
girando como crianças

Brincando de equilibristas
em uma rede
Se jogando em um mundo
sem paredes

Sorrindo até cair no chão
Se amando sem dar as mãos

Queimando sem arder
Suando sem refrescar
Pulando sem pensar

Cabelos rostos corpos
flutuando com almas em devaneios
Olhos sem preocupações
Assim como o sorriso
dos bambolistas, pernas-de-pau
e das bailarinas que colorem nosso carnaval.

Plágios

No plural
Do que sou
Do que já fui
Do que já:
ouvi
senti amei

Dos genes
dos livros
das ideias
dos outros
da educação

A cada segundo
sou plágios de mim.

linha de produção de diplomas

Corta
fecha
passa régua

insere
aperta
embalado
formado
agora, etiqueta

domingo, 12 de abril de 2015

Autorretrato de uma lágrima





Nó nos olhos
Nó na garganta
Como seria o autorretrato de uma lágrima?
Será que ela se fantasia de sereia
só para se confundir com o mar?

Será que ela finge ser cachoeira
Escorre pelo rosto
E deságua no pescoço?

Quando vem sozinha
Dói
O olho
Retorno
Para as que já virão em bando
Como uma serie de ondas.