sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Os gaviões

        No sol de rachar do Rio de Janeiro um gavião procurava água, comida não era problema afinal ele é quase o topo da cadeia alimentar. Onde ele vivia nem as pessoas tinham água, estava tudo secando, essa época do ano o sol é muito forte e o calor domina.
        Foi voando para onde nunca ia, para perto das praias do Rio. Estava voando quando viu uma caixa d'agua e sentiu que alí  tinha água. Mas a água estava sob uma grossa e pesada tampa.
        Sem conseguir passar pelo obstáculo chamou outros de suas espécie. Primeiro apareceu mais um, depois descobriram que haviam três e no final cinco, que bicaram e bicaram até conseguir água depois de satisfeitos  ficaram alí, na sombra fazendo uma casa provisória até acabar o verão.
         A água do prédio acabou e os moradores mandaram o porteiro ver o que estava acontecendo. Quando viu os animais foi tentar expulsa-los e conseguiu. Uns saíram voando para a cobertura do prédio em frente e um deles muito assustado voou, não viu o que estava em sua frente e pairando em volta dos prédios  depois se espatifou no asfalto.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A cidade onde o choro era proibido.

        Era uma vez uma cidade que ninguém podia chorar. Ninguém se entendia, ouvir o outro então era impossível. Todos viviam em desacordo. Só se ouviam gritos, brigas, discussões.
        Nesta cidade uma pessoa mandava e era quem menos entendia os outros e sempre se colocava como vitima. Falava que ninguém o entendia, que não consegue fazer tudo. Até que o entendiam, mas como nem reparava em quem estava ao seu lado, e tratava todos mal deixaram de ter pena. Tudo que queria era ser  a atenção, sempre ser bem tratado.
         Na hora de ser servido sempre gritava, não conhecia as palavras "por favor?" e "obrigado", só gritava e ainda esperava, elogios e pessoas simpáticas.
        Ele não sabia amar, só sabia castigar os que sentem.          
   

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Viajando

       Depois de muita insistência de minhas filhas para comer numa tal lanchonete um tal de fast food que a comida vem bem rápida, revolvi me aventurar e experimentar a comida desse tal lugar.
       Chegando no local minha filha me liga pedindo que levasse uma limonada suíça com adoçante para ela, ou seja, para viagem.
       Na lanchonete não havia cadeiras apenas mesas altas para as pessoas comerem em pé e um balcão com atendentes, pessoas formando uma fila ao lado do balcão e outros comendo em frente aos atendentes.
      Entrei na fila paguei pelo pedido e fui ao balcão pedir a comida. Já que a minha filha estava em casa resolvi comer com ela e pedir tudo para viagem:
       - Bom dia.- Esperei por uma resposta que não recebi.- Eu gostaria de pedir um sanduíche de salada com queijo minas peito de peru.
        -  Isso é tudo, senhora?- Falou o homem de mau humor, e querendo adiantar o meu pedido.
       - Não, me vê uma limonada suíça com adoçante. Tudo para viagem.
       Mau acabara de falar e o moço de mau humor gritou:
       - Suíça nas gota e sanduba da lagarta viajando.
       Assustada e preocupada que o meu pedido viesse errado comentei com o atendente:
       - O sanduíche é de salada com queijo e peito de peru.
       - Senhora, seu pedido já feito.
        Mil duvidas se passavam pela minha cabeça, não resisti e perguntei:
       - Essa limonada é feita com gotas de limão? E vocês já entregam em casa, quer dizer, o pedido já está a caminho, ou seja, viajando?
       O mau humorado me ignorou, atendeu outra pessoa e só depois me entregou uma sacola e falou:
       - O seu pedido.
       Fui para casa e quando contei para a minha filha ela riu de mim e explicou o significado de todas as gírias.
       Na verdade nem achei a comida tão gostosa, prefiro o a quilo aqui da rua mesmo. Menos complicada e muito mais gostoso.