terça-feira, 7 de agosto de 2012

A esperança

Todo dia saía de sua pseudo casa, era um quarto alugado, na esperança de que sua vida melhorasse, realmente achava que fosse melhorar, já estava trabalhando e sentia que no ano seguinte passaria para o big brother. 
Sempre via na televisão alguém falando o quão o seu voto era importante, que ele que iria mudar a sua realidade, que não se deve jogá-lo fora, deve-se votar consciente. Coisa que nunca fizera, mas naquele ano estava determinado, queria que a sua vida melhorasse, ele teria uma vida melhor. Não passaria mais fome, não se esconderia porque não juntara dinheiro para pagar o aluguel, as coisas iam melhorar, ele podia prever.
Um dia saindo de sua casa viu um homem panfletando, lá havia a foto de um político e seu número. Pegou o panfleto e começou a ler, ele falava que daria saúde para a população, cesta básica para o seu bairro, que trouxera a copa do mundo para o Brasil, foi com a cara do sujeito. Como agora era um cidadão consciente, resolveu debater com o panfletador:
- Fala ae, amigo. Tu acha mermo que esse cara vai fazer coisas boa? Vale a pena eu votar nele?
- Pô, cara, vale sim, vota nele que é gente boa e fez várias coisas, UPP, copa do mundo.
Viu propagandas eleitorais, tentou ver a opinião dos outros, mas o que mais gostou foi o cara do panfleto que já tinha feito um bando de coisas e ia fazer mais.
Pelo primeiro ano não escolheu seu voto na hora, na sorte, votou consciente e sabia que assim a sua vida ia mudar.
Ficou quatro anos esperando a mudança, sua vida melhorou um pouco com o seu novo emprego, mas seu bairro continuava violento e sem hospital de qualidade, crianças sendo traficantes. Se sentia traído, mas não havia muito o que fazer, ainda tinha chances de ir para o big brother.
Saindo de casa pegou um panfleto era o traidor com um cara ao seu lado falando que iria transformar a sua cidade em uma cidade melhor.

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