quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Parar de correr e aprender a andar

Corria, corria. Quando criança corria para se divertir, mas agora estava fugindo. Estava com tanto medo que  sentia medo de sentir medo. Mas do que sentia medo?
Desde que perdera sua mãe sentia medo de não lidar com suas dificuldades e como de tudo tinha medo, tudo era uma dificuldade.
Não era ambiciosa, pois tinha medo de ser invejada, não amava, pois tinha medo de brigas, vivia sozinha e acuada.
E ali correndo naquela rua, fugindo de suas responsabilidades passou por um cruzamento. O mesmo cruzamento que dava no hospital onde sua mãe morrera, bem ali, há dois anos atrás, ela, o medo e a dificuldade se encontraram.
Agora com seus pensamentos embaralhados, correndo, parou, deu a volta e retornou para casa. Voltou a pintar um quadro que parar há exatos dois anos e aceitou a dificuldade se der artista. Em todos os quadros desenhava de alguma forma a sua mãe que como uma musa, está zelando por sua amada filha.

*O título faz menção á uma música de Teco Martins.

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