quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Soneto

Queria escrever algo grandioso
Queria escrever algo importante
Algo que lessem e chorassem sem entender nada
Daqueles que se lê milhões de vezes e quando se entende
Se descobre o mundo.

E ai não escrevi nada.
Porque nada parecia tão grande,
Nem a vida
a morte
a paixão
a dor
o choro
a arte.

As coisas mudam de tamanho
O grande muda.
O que é um gigante deitado?
Existe algo maior do que a sua vontade
de continuar na cama quando toca o despertador pra escola?
Algo maior do que fazer xixi quando está apertado?
Então aqui vai:


O SONETO DA CAMA
Minha sedutora cama, meu ninho
Me acolhe em tuas cobertas amassadas
Me ama, me esconde, me dá carinho
Quando estou contigo me acho descoberta

Quero teu aconchego, como me dói
Te deixar, não tenho escolha alguma
Mas alguma hora, preciso parar
De me alienar em ti, sonhadora.

Preciso viver a realidade
Se não nossos sonhos não seriam válidos
Me aceita, me respeita, me ama.

Me chama, durante todo dia
Para juntas respirarmos até
Que o sonho acabe, bom dia.

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