sábado, 19 de janeiro de 2013

Registro Geral

Nunca tive um número para me definir.
Nunca tive um código.
Nunca tive sobrenome.

Nasci de ninguém e hoje sou ninguém.
Quando os homens do governo vêm me bater me chamam de vagabundo.
Fico por aí procurando moedas que acham que não é dinheiro.

Um dia um amigo me falou
que homens que têm
número,
nome,
casa,
agasalho
vão ao banco para pegar dinheiro
o lugar ideal pra conseguir um almoço.

Sentei na porta do banco
As pessoas que faziam caretas
mas já estava acostumado.

Veio a polícia,
Com um cassetete na mão
me mandou correr

Fugi, e na semana seguinte
lá estava a polícia com um senhor branco
que tem nome e número
pedindo dinheiro enquanto tocava um violão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário