quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O mundo da janela

Da janela o mundo é tão bonito. A paz reina de quem vê por dentro, eu não sei, não é o mesmo mundo da janela.
Daqui o mar parece chão que se movimenta bem devagarinho, barcos vem e vão, ás vezes algumas árvores somem e outras aparecem, mas as pedras, os prédios, os postes de luz, quanta coisa concreta. Os vejo desde que conheço essa janela.
Da outra posso ver pessoas caminhando, se me esticar vejo pedrinhas portuguesas, de um lado um prédio azul que dá vontade de demolir, do outro a torre de uma igreja e aqui bem em baixo a copa das árvores.
Mundo tão lindo daqui de cima, como se esconder, ver a vida de todos, da rua e ser invisível, sem ninguém te ver, sem estar vulnerável, alí no esconderijo de onde posso ver a todos, menos a mim, o que me faz sentir muito mais eu, sozinha e escondida.
Coitados dos que não tem uma parede com um janela, que sua janela é a rua e não têm onde se esconder, coitados daqueles que nunca poderão sumir por alguns instantes de suas vidas pela simples necessidade de viver e ser você mesmo.

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