segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Era do Narciso

Antes eu queria ser, eu queria fazer. E agora me vem uma vontade, uma vontade louca, uma vontade reprimida, um desejo, não desses que dá e passa como tomar sorvete, mas um desejo de ter. Sim, eu agora quero ter.
Antes o que te representavam eram suas palavras suas ações, sua moral, se dava ao número de pessoas e pessoas que falassem de vocês, agora quantas pessoas curtem a sua foto de perfil é mais importante. Quantas pessoas curtem suas fotos, comentam suas coisas, agora o que nós temos e mostramos que temos é o que nos forma. Se temos celulares, se temos pensamentos e falamos, se temos ideias e mostramos, se temos fotos curtidas, textos compartilhados, é isso que importa.
Agora tudo nós temos, e temos que ter, porque ter é ser. Isso não necessariamente é ruim, é só uma revolução, não é a era digital, a época contemporânea que renomados sociólogos a batizaram. Agora é tudo rápido, agora a aparência é o que importa, na verdade acho que sempre foi assim, mas antes era mais difícil de esconder defeitos, agora o que importa é a moral social que os computadores nos mostram, agora ter e mostrar que tem é o mais importante, mais importante do que fazer acontecer.
É esse o nosso contexto e a partir deles que nós seremos alguém. Quando tivermos algo, seremos o dono desse algo.

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