sábado, 29 de dezembro de 2012

Palavras perdidas

Resolvi criar uma pasta com todas as minhas cartas. Peguei todas as minhas notas mentais, todos os meus papeis amassados, envelopes caídos por de trás da mesa, revirei todas as minhas gavetas e cadernos. Lá estavam todas as minhas cartas reunidas dentro de uma pasta.
Muitas cartas, tantas que a pasta mal fechava, estavam ali, todos os sentimentos que nunca tiveram coragem de serem mandados, todos que se perdiam misteriosamente dentre outros papeis, ás vezes caía atrás da escrivaninha onde não seria mais possível de achar, outras vezes se perdiam na própria cabeça usando de desculpa o "a inspiração fugiu" e fica tudo que você pensou na cabeça e no papel sobram as palavras "Saudades, te amo."
E dentro daquela pasta estava tudo, estavam todos os diálogos que sempre quiseram existir, mas que por motivos humanos nunca foram colocados em prática. Aquele "Saudades, vamos nos ver" ; ou aquele "Sei que muita coisa mudou" ; ou aquele " Eu te amo" ou "te admiro"; ou aquele "EU TE ODEIO MAIS QUE TUDO"; ou "Você é louca, mas eu te amo." ou aquele "Devolva o meu livro o mais rápido possível e se puder devolva junto minha camisa e meu sapato." ou o simples e amedrontado, molhado de lágrimas "O que houve?" ou "Sou tão errada assim?" ou uma simples nota com a matéria da prova de história, ou lembrando de colocar a mochila no sapateiro que nunca coloquei.
Tantas cartas, todas estavam ali, cartas para amigos, inimigos, parentes, amigas, admirações, para o mundo, para a natureza, para mim mesma, aquela nota mental, o texto que fugiu, o imbox que nunca mandei, recados que se perdem em qualquer lugar, entre a mente ou HD de computador, na escrivaninha, na mesa, no caderno escondido que me ofendo se chamam de diário, no quarto dos outros, na casa dos outros, nas ruas, em qualquer lugar, todas as minhas palavras tímidas estavam dentro daquela pasta.

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