Quero dançar o medo, quero dançar o que sinto, quero dançar o nervosismo, quero falar aquilo que não vem em dicionário e não ensinam em escola.
Quero dançar aquilo que não se aprende, quero dançar o que não posso, subir num palco e falar o que não devo, quero gritar. Quero deitar no chão e ficar lá, quero falar de alguma forma aquilo que não se materializa.
Não posso, apenas relaxo e procuro palavras bonitas que se aproximem do que sinto. Quero ser artista pelo simples fato de falar o que não devo e todos acharem bonito. Quero ser artista para poder falar sem que me entendam, que ouçam o meu grito e nunca saibam seu motivo, quero ser artista para poder aprender a real língua do ser humano.
Quero aprender a língua que ninguém inventou, que não analisam, a língua que somente te entender e te ouvem sem se importar com significado, só se importando com a intonação dada á língua, ou seja, a expressão por debaixo de tanta etiqueta.
domingo, 10 de março de 2013
segunda-feira, 4 de março de 2013
Quem é você
Oi, meu nome é Rebeca, gosto de MPB, dias de sol, da Ligya Bojunga, de Vermelho Amargo, Feliz Ano Velho.
Quando olho o céu sinto que estou na cidade certa, amo o meu bairro.
Sou uma caixinha sonhadora, cheia de sentimentos, sou chorona, me apaixono e me apego facilmente. Gosto de coisas simples e antigas, que quando olho sinto uma paz.
Sou do dror, gosto de escrever, dançar e atuar. Amo muito o meu irmão. Sou amiga da Dorinha, fico irritada quando tentam se exibir para mim tentando tirar vantagens ou quando mudam suas palavras, me fazendo acreditar. Fiquei triste quando a Gê saiu do dror, gosto de artes. Tenho um carinho estranho e inesperado por minha escola.
Admiro pessoas de longe, mas sinto vergonha de falar com elas.
Sou judia, penso em morar em uma comuna, educar pessoas e ás vezes leves vontades de mudar o mundo.
Assim seria a maneira correta de me apresentar, mas se me pedissem para eu me apresentar, diria simplesmente:
- Oi, meu nome é Rebeca, quero ser atriz e escritora, penso em fazer letras para ser professora de literatura, estou cursando o primeiro ano do ensino médio e técnico em comunicação social .
E essa segunda resposta seria muito mais satisfatória.
Quando olho o céu sinto que estou na cidade certa, amo o meu bairro.
Sou uma caixinha sonhadora, cheia de sentimentos, sou chorona, me apaixono e me apego facilmente. Gosto de coisas simples e antigas, que quando olho sinto uma paz.
Sou do dror, gosto de escrever, dançar e atuar. Amo muito o meu irmão. Sou amiga da Dorinha, fico irritada quando tentam se exibir para mim tentando tirar vantagens ou quando mudam suas palavras, me fazendo acreditar. Fiquei triste quando a Gê saiu do dror, gosto de artes. Tenho um carinho estranho e inesperado por minha escola.
Admiro pessoas de longe, mas sinto vergonha de falar com elas.
Sou judia, penso em morar em uma comuna, educar pessoas e ás vezes leves vontades de mudar o mundo.
Assim seria a maneira correta de me apresentar, mas se me pedissem para eu me apresentar, diria simplesmente:
- Oi, meu nome é Rebeca, quero ser atriz e escritora, penso em fazer letras para ser professora de literatura, estou cursando o primeiro ano do ensino médio e técnico em comunicação social .
E essa segunda resposta seria muito mais satisfatória.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Uma pequena nota
Vim aqui avisar rapidinho que enquanto as câmeras não me olham eu vou dar uma saída, vou alí sem lenço e sem documento, vou ser livre por alguns minutinhos, só andar um pouquinho, sentir um pouco o ar, sair da rotina. daqui a pouco tô de volta pra me filmarem.
Me espere pra jantar que eu volto, beleza? Vou só ser feliz por alguns minutinhos, ser eu mesma, daqui a pouco tô de volta, não se preocupem.
Se deixei meu celular em casa porque não quero me preocupar, quem me conhecer vai saber me achar, felicidades aí pra quem segue a tua vida.
Mil beijos, eu volta pro jantar, fiquem tranquilos, quando as câmeras voltarem a funcionar estarei de volta.
Me espere pra jantar que eu volto, beleza? Vou só ser feliz por alguns minutinhos, ser eu mesma, daqui a pouco tô de volta, não se preocupem.
Se deixei meu celular em casa porque não quero me preocupar, quem me conhecer vai saber me achar, felicidades aí pra quem segue a tua vida.
Mil beijos, eu volta pro jantar, fiquem tranquilos, quando as câmeras voltarem a funcionar estarei de volta.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Alma revolucionária
Era uma vez uma menina, ela sonhava bem alto, chegava a ir no céu. Ela era tudo, bailarina, princesa, heroína, matava dragões, pulava de um sofá para o outro, penteava suas bonecas, era estilista, cabeleireira, professora, jogadora de futebol.
Quando tinha mais ou menos dez anos reparou que o mundo não a deixava ser assim, que ela não poderia ser tudo, ou o que ela quisesse, então queria mudar o mundo, fazer revoluções e ser tudo, mudar todo o mundo, todo mundo, e todos seriam felizes.
Ela que sempre se sentiu revolucionária, mas não podia fazer nada quando era criança e quando mais velha reparou que ela já poderia mudar o mundo, mas não se lembrava de suas revoltas, dos seus espantos, agora ela era só mais uma no mundo, só mais uma na sociedade, agora os outros que queria que ela mudasse.
E assim seguiu sua vida com vontade de mudar, mas sem saber o que nem como. Ela simplesmente havia se esquecido de como era bom ser bailarina, matar dragões e viver o seu mundo, ela havia se esquecido de como era ser criança e agora era apenas uma pessoa com diploma que ás vezes se lembra que já foi criança quando escreve um conto de fadas.
Quando tinha mais ou menos dez anos reparou que o mundo não a deixava ser assim, que ela não poderia ser tudo, ou o que ela quisesse, então queria mudar o mundo, fazer revoluções e ser tudo, mudar todo o mundo, todo mundo, e todos seriam felizes.
Ela que sempre se sentiu revolucionária, mas não podia fazer nada quando era criança e quando mais velha reparou que ela já poderia mudar o mundo, mas não se lembrava de suas revoltas, dos seus espantos, agora ela era só mais uma no mundo, só mais uma na sociedade, agora os outros que queria que ela mudasse.
E assim seguiu sua vida com vontade de mudar, mas sem saber o que nem como. Ela simplesmente havia se esquecido de como era bom ser bailarina, matar dragões e viver o seu mundo, ela havia se esquecido de como era ser criança e agora era apenas uma pessoa com diploma que ás vezes se lembra que já foi criança quando escreve um conto de fadas.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Fim
É, acabou o carnaval. Para cada um essa frase tem um sentido diferente. Carnaval é uma magia inexplicável. Fantasiar-se, sentir-se feliz sem motivo, pular nas músicas que não gosta. Todos são felizes, bailarinas, bruxas, fadas, borboletas, cozinheiros, minies, onças, palhaços, até o Pierrot que chora há anos pela Colombina.
Nos deram quatro dias para ser feliz, fazer o que quiser, sambar com estranhos, não se importar com sede, fome ou calor. Agora vamos voltando para nossas vidas, voltando a ser estudantes, professores, atores, médicos, profissionais, vamos voltando ao cotidiano.
Será que nas preocupações do cotidiano vamos lembrar daquele sorriso de carnaval, da estranha do cabelo esquisito que dança bem e que dançou comigo? Do cara que vendeu água mais barato porque era carioca? Será que vamos nos lembrar dessa felicidade? Desse amor guardado que o coração explode na maior felicidade nesses quatro dias? Da furiosa entrando na avenida? Do passista feliz do metro? Do bêbado cantando no ônibus?
É, acabou o carnaval.
Nos deram quatro dias para ser feliz, fazer o que quiser, sambar com estranhos, não se importar com sede, fome ou calor. Agora vamos voltando para nossas vidas, voltando a ser estudantes, professores, atores, médicos, profissionais, vamos voltando ao cotidiano.
Será que nas preocupações do cotidiano vamos lembrar daquele sorriso de carnaval, da estranha do cabelo esquisito que dança bem e que dançou comigo? Do cara que vendeu água mais barato porque era carioca? Será que vamos nos lembrar dessa felicidade? Desse amor guardado que o coração explode na maior felicidade nesses quatro dias? Da furiosa entrando na avenida? Do passista feliz do metro? Do bêbado cantando no ônibus?
É, acabou o carnaval.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
O mundo da janela
Da janela o mundo é tão bonito. A paz reina de quem vê por dentro, eu não sei, não é o mesmo mundo da janela.
Daqui o mar parece chão que se movimenta bem devagarinho, barcos vem e vão, ás vezes algumas árvores somem e outras aparecem, mas as pedras, os prédios, os postes de luz, quanta coisa concreta. Os vejo desde que conheço essa janela.
Da outra posso ver pessoas caminhando, se me esticar vejo pedrinhas portuguesas, de um lado um prédio azul que dá vontade de demolir, do outro a torre de uma igreja e aqui bem em baixo a copa das árvores.
Mundo tão lindo daqui de cima, como se esconder, ver a vida de todos, da rua e ser invisível, sem ninguém te ver, sem estar vulnerável, alí no esconderijo de onde posso ver a todos, menos a mim, o que me faz sentir muito mais eu, sozinha e escondida.
Coitados dos que não tem uma parede com um janela, que sua janela é a rua e não têm onde se esconder, coitados daqueles que nunca poderão sumir por alguns instantes de suas vidas pela simples necessidade de viver e ser você mesmo.
Daqui o mar parece chão que se movimenta bem devagarinho, barcos vem e vão, ás vezes algumas árvores somem e outras aparecem, mas as pedras, os prédios, os postes de luz, quanta coisa concreta. Os vejo desde que conheço essa janela.
Da outra posso ver pessoas caminhando, se me esticar vejo pedrinhas portuguesas, de um lado um prédio azul que dá vontade de demolir, do outro a torre de uma igreja e aqui bem em baixo a copa das árvores.
Mundo tão lindo daqui de cima, como se esconder, ver a vida de todos, da rua e ser invisível, sem ninguém te ver, sem estar vulnerável, alí no esconderijo de onde posso ver a todos, menos a mim, o que me faz sentir muito mais eu, sozinha e escondida.
Coitados dos que não tem uma parede com um janela, que sua janela é a rua e não têm onde se esconder, coitados daqueles que nunca poderão sumir por alguns instantes de suas vidas pela simples necessidade de viver e ser você mesmo.
sábado, 19 de janeiro de 2013
Registro Geral
Nunca tive um número para me definir.
Nunca tive um código.
Nunca tive sobrenome.
Nasci de ninguém e hoje sou ninguém.
Quando os homens do governo vêm me bater me chamam de vagabundo.
Fico por aí procurando moedas que acham que não é dinheiro.
Um dia um amigo me falou
que homens que têm
número,
nome,
casa,
agasalho
vão ao banco para pegar dinheiro
o lugar ideal pra conseguir um almoço.
Sentei na porta do banco
As pessoas que faziam caretas
mas já estava acostumado.
Veio a polícia,
Com um cassetete na mão
me mandou correr
Fugi, e na semana seguinte
lá estava a polícia com um senhor branco
que tem nome e número
pedindo dinheiro enquanto tocava um violão.
Nunca tive um código.
Nunca tive sobrenome.
Nasci de ninguém e hoje sou ninguém.
Quando os homens do governo vêm me bater me chamam de vagabundo.
Fico por aí procurando moedas que acham que não é dinheiro.
Um dia um amigo me falou
que homens que têm
número,
nome,
casa,
agasalho
vão ao banco para pegar dinheiro
o lugar ideal pra conseguir um almoço.
Sentei na porta do banco
As pessoas que faziam caretas
mas já estava acostumado.
Veio a polícia,
Com um cassetete na mão
me mandou correr
Fugi, e na semana seguinte
lá estava a polícia com um senhor branco
que tem nome e número
pedindo dinheiro enquanto tocava um violão.
Assinar:
Postagens (Atom)